uma palavra no papel,
uma palavra simples como
Amor, ou
Sempre, ou
Nunca, e uma
impossibilidade tão absoluta
quando a inexistência desta.
olha-me tu,
olha-me um olhar simples,
e saberei o sempre e o nunca e o Amor,
e sentirei que o nada nada é
e que um olhar,
um olhar simples,
se for o teu,
é o Absoluto,
e a chuva na cara
e a noite escura.
saberei o sol na distância impossível,
saberei o impossível como um raio de sol.
tenta dizer-me de novo,
numa palavra simples,
tudo o que não sabes
dentro de uma flor,
e contar-te-ei as mentiras
de um dia sem luz,
e as maneiras de saberes
o que nunca foi dito.
confessarei que te amei
sem saber o sentido
nem a hora negra da tua ausência.
admitirei que o sentido
sempre foi ter-te perto
e a obra afastar-te
para onde não dói.
gritarei a loucura
dos acasos no caminho,
numa estrada sempre longe
do destino de nós.
mas a chaga do teu Nunca,
que farei com essa sombra
na hora luminosa de um sempre?
que farei com uma incerteza
“na véspera de não partir nunca”?
respiro a tragédia do tempo a passar,
e abraço sem forças
a mudança de um mundo velho demais,
e a sombra de te olhar depois do nada.
“quem es tu, de novo?”
para voar por ti
ainda que as minhas asas sejam a mentira?
se alguém se importa com o nascer-do-sol
numa manhã de ressaca
de um licor sem nome
que se importe
com o pôr-do-sol em mim!
parto hoje
o destino és tu,
esse tu fora de mim que desconheço
como a mim mesmo.
e o caminho são palavras,
puras como imagens de brincar,
de te lançar as verdades
que nem sei
mas que descubro
nas curvas do teu corpo,
quando as nossas mãos se tocam
e o mundo acaba
no absoluto do teu olhar.
Heatrow Airport
23/07/2005
Barnabé Santiago
Base:
“Quem és tu, de novo” - Jorge Palma
uma palavra simples como
Amor, ou
Sempre, ou
Nunca, e uma
impossibilidade tão absoluta
quando a inexistência desta.
olha-me tu,
olha-me um olhar simples,
e saberei o sempre e o nunca e o Amor,
e sentirei que o nada nada é
e que um olhar,
um olhar simples,
se for o teu,
é o Absoluto,
e a chuva na cara
e a noite escura.
saberei o sol na distância impossível,
saberei o impossível como um raio de sol.
tenta dizer-me de novo,
numa palavra simples,
tudo o que não sabes
dentro de uma flor,
e contar-te-ei as mentiras
de um dia sem luz,
e as maneiras de saberes
o que nunca foi dito.
confessarei que te amei
sem saber o sentido
nem a hora negra da tua ausência.
admitirei que o sentido
sempre foi ter-te perto
e a obra afastar-te
para onde não dói.
gritarei a loucura
dos acasos no caminho,
numa estrada sempre longe
do destino de nós.
mas a chaga do teu Nunca,
que farei com essa sombra
na hora luminosa de um sempre?
que farei com uma incerteza
“na véspera de não partir nunca”?
respiro a tragédia do tempo a passar,
e abraço sem forças
a mudança de um mundo velho demais,
e a sombra de te olhar depois do nada.
“quem es tu, de novo?”
para voar por ti
ainda que as minhas asas sejam a mentira?
se alguém se importa com o nascer-do-sol
numa manhã de ressaca
de um licor sem nome
que se importe
com o pôr-do-sol em mim!
parto hoje
o destino és tu,
esse tu fora de mim que desconheço
como a mim mesmo.
e o caminho são palavras,
puras como imagens de brincar,
de te lançar as verdades
que nem sei
mas que descubro
nas curvas do teu corpo,
quando as nossas mãos se tocam
e o mundo acaba
no absoluto do teu olhar.
Heatrow Airport
23/07/2005
Barnabé Santiago
Base:
“Quem és tu, de novo” - Jorge Palma
6 Comments:
WOW!!!Parece q temos 1 novo Fernando Pessoa. Se fores mesmo tu q escreves estes poemas, então temos um novo genio em Portugal q tem de ser aproveitado. Já pensaste em apresentar exes teus textos a um editora???Axo q fazias bem.
Espero q te continue a ocorrer exas ideias pela carola e ñ te esqueças de paxar pelo meu blog e, se quiseres, comentar.
Barbas,
Deliciei-me nos teus poemas onde a tristeza reflecte uma mágoa que tem sido minha também.
No início do clan eu apenas escrevia sobre amores falhados, ainda tentei a poesia mas não tenho essa arte. Acabo a escrever versos dignos de qualquer vasinho de manjericos :)
Por isso admiro quem, como tu, consegue exprimir-se com tal beleza.
Continua a escrever para ti e por ti, verás que essa verdade será o encanto de quem te ler.
Nas noites tristes de solidão encontrava algum alivio nums whiskys, até que comprei um caderno de capa dura, verde e páginas em branco e me deu para escrever.
Continua! Virei visitar-te regularmente. Excepto nas férias, que felizmente se aproximam :)))
meriel, é verdade que nunca estamos felizes com o que temos, gostava realmente de ter o dom de um texto com fio de rumo, que sobressai na tua escrita. obrigado pelos elogios, mas guardo a nota tantas vezes minha da repetição dos amores falhados, sabes, tenho para mim uma frase dita pelo Saramago sobre os livros do J.L.Peixoto, como muito sábia:"a criança cresce mais á sombra do que ao sol. se a criança está a chorar deixa-la estar, está a crescer." Acho que a minha sombra foram sempre as meninas... parece haver agora luz, vamos ver no que dá =).
fico á espera que me visites, embora não seja muito constante a postar, boas ferias para ti.
p.s.: Gin tem sido o meu caminho, "Dez Lamurias por Gole"- Ornatos Violeta, e blocos A5.. ;)
mas sim, jonhie é um belo walking stick... =)
:))))
esta tua última frase está fantástica devia constar no blog do clan.
Eu, como te disse, também só escrevia sobre desamores, mas fui tão picada pelos meus cobloggers que fui obrigada a reagir. A primeira vez que escrevi uma história ela era verídica. Assim é mais fácil, basta a memória dos factos e a lição que se aprendeu e... plim... ai está o fio condutor.
Tenho imensas histórias na minha vida que ultrapassam em muito a ficção (não teremos todos nós?!) por isso fui usando algumas partes dessas histórias para desemperrar. A primeira vez que abri o caderno sem qualquer ideia, escrevi a 1ª frase e de repente tinha uma história totalmente ficcionada na cabeça, com fim, moral e tudo, fiquei exultante. Passei-a ao papel em menos de 5 minutos. E senti que tinha escrito pela primeira vez.
Agora estou numa fase em que se alguém ou algo me provocar uma reacção suficientemente forte surge-me logo uma história nova.
Ou seja, o que te quero dizer é que para começar a escrever histórias existem mil maneiras.
Já para se ser poeta só existe uma: tem de nascer connosco.
Tu tens essa sorte :)
Valoriza a tua escrita, a ti próprio, a tudo o que tens de bom, a tudo o que existe de bom, à própria vida.
É isto que eu faço todos os dias na minha luta para ser feliz, apesar das partidas que o amor me prega. Sou basicamente uma pessoa feliz que às vezes fica triste. Esta frase pode parecer estúpida, mas é assim como alguém que anda erecto e ás vezes tropeça e cai. Desde que a capacidade de reconhecer que estar em pé é melhor que estar com a boca colada ao pó se mantenha e desde que a vontade e força para me levantar seja cada vez mais forte, sei que vou ser sempre capaz de caminhar :)
p.s. Gin e blocos A5 !? Gosto e aguça-me a curiosidade. Gostas do mar?
adoro o mar... nao vivo sem o mar... costumo dizer que se não fosse o baleal(a praia mais bela da europa...) seria apatrida, assim nao, quando bombardearem aquilo nem que seja com fisgas os caças vêm abaixo...=)
eu tenho uma coisita que depois ei de postar, em prosa, foi a única que eu disse assim "nao tá mau...".
concordo contigo, e por isso é que dou tanto valor a quem é capaz de escrever em prosa, de construir personagens, de olhar em redor e analisar o mundo...
eu dantes era bem mais melancolico, e agora tambem estou a adoptar uma posição bem mais positiva. só vale a pena ser assim...
boas ferias.
Enviar um comentário
<< Home