quinta-feira, julho 28

como é que te posso odiar?
se te amo, como te amei
desde que entraste na minha vida.
agora com a noção de que eu e tu
jamais seremos nós,
porque te odeio,
porque é por não te tornares
aquilo que és realmente
(que tens de ser,
que outra maneira?!)
que eu e tu jamais seremos nós,
que tu és tu,
a mulher que eu amo,
e eu sou eu,
o homem que tu criaste
quando te passei a odiar
e o que são os outros
que me tocaram
e te tocaram
senão uma ternura
ás vezes grande
e um engano
que não chega a turvar a vista,
se o teu sabor ainda é meu
e o teu cheiro não sai do meu corpo.
o que são beijos e carícias
ao pé de olhares e palavras por dizer?
odeio-te.
e só sei que te odeio
porqueés como aquela chaga
que não fecha,
e a cada topada lateja mais,
e odeio-te
por saber que a cura para essa chaga
és tu.
e amo-te,
como quem ama um raptor,
num fascínio delicado e bruto
de um sorriso e uma máscara.

Barnabé Santiago
26/06/2005

5 Comments:

Blogger barbAs said...

velhinho mas opurtuno na minha vida, agora que os laços se desenlaçam...
parece tão longe...

quinta-feira, julho 28, 2005 9:43:00 da tarde  
Blogger barbAs said...

oportuno é claro, pregos destes é que me deixam feliz, enquanto não souber escrever vou ter de continuar...

quinta-feira, julho 28, 2005 9:46:00 da tarde  
Blogger Nocturno said...

o teu grande defeito é seres demasiado modesto. escreves muito bem e se for preciso virei aqui recordar-te isso mais vezes... :)

sexta-feira, julho 29, 2005 12:17:00 da manhã  
Blogger Meriel said...

Concordo com o nocturno. Escreves muito, muito bem.
Não quero "ouvir-te" dizer que escreves mal mais vez nenhuma, porque tenho mau feitio e não gosto de ser contrariada :)))

sexta-feira, julho 29, 2005 2:18:00 da tarde  
Blogger barbAs said...

ok... fica combinado.. =)

sábado, julho 30, 2005 9:41:00 da tarde  

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