Há exactamente um ano atrás, sensivelmente por esta hora, perdi dois amigos para a sombra da morte, e vi uma amiga acabar numa cadeira de rodas. Já não há hoje revolta, a única revolta é não ter tido a coragem de escrever na ocasião, o que tive de escrever noutra perda. Mas 17 anos não é nada, nada. Talvez uma eternidade não seja nada, e seja tudo o que aspiramos ter. Esperança? Memória ao menos, fitas brancas num pulso marcado, porque não há sol que penetre a dor das vossas ausencias. Os meus mortos, Luis, Daniel, Marco, Patricia; são mais do que nomes no papel e uma fita branca no pulso, são os momentos que eram eles, são a memória que se esvai mas que fica sempre e se reforça. Nem sei sequer se é a saudade, é só o não estarem por cá, onde me habituei a ver-vos. Quantas vezes me vais mais levar a andar de mota tio? Quantas vezes mais estaremos juntos no berçário, as minhas primeiras memórias Daniel? Qual será próxima discussão interminável sobre Magic ou BMX Marco? Quando saborearei o teu sorriso sem mácula, e me mostrarás os desenhos da tua paixão Patrícia?
Eu vos respondo, a vós "mortos dificeis de morrer dentro de nós", sempre que houver lembrança, e um cheiro familiar ou um lugar visto, vos trouxerem de novo á nossa presença, e vos fizerem vivos como sempre foram nos corações de quem fica.
Escrevi o post seguinte quando a patricia morreu hà cerca de dois meses, mas foi com todos vocês num pensamento nunca curto que a caneta deslizou...
Eu vos respondo, a vós "mortos dificeis de morrer dentro de nós", sempre que houver lembrança, e um cheiro familiar ou um lugar visto, vos trouxerem de novo á nossa presença, e vos fizerem vivos como sempre foram nos corações de quem fica.
Escrevi o post seguinte quando a patricia morreu hà cerca de dois meses, mas foi com todos vocês num pensamento nunca curto que a caneta deslizou...
2 Comments:
A tua dor deve ser imensa.
Sei o que sofri quando morreu o meu primo e melhor amigo de infância.
As tuas perdas são várias e pelo que percebo todas muito especiais, cada uma à sua maneira.
Nem sei o que posso dizer-te. Talvez apenas que ao fim de alguns anos os lugares que me lembram o meu primo já não me fazem sofrer mas sim sorrir por o lembrar alegre, forte e vivo.
Conseguiste comover-me e foi em prosa :)
vou postar um poema de álvaro de campos sobre isswo, porque preciso, e porque me lembraste disso..
o tempo cura tudo...
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